quarta-feira, 20 de abril de 2011

Será que o mundo existe porque o homem vê ou o homem vê um mundo que existe?

A velha discussão entre os idealistas e materialistas que sondavam a antiguidade da história da psicologia, ainda causa polêmica. E indagação continua:

Será que o mundo existe porque o homem vê ou o homem vê um mundo que existe?

Eu particularmente acredito que o homem vê o mundo que existe. É só retornarmos a concepção de “matéria”. Um planeta (matéria) que não foi descoberto ainda pelos homens, existe em meio à galáxia. O planeta ainda não explorado existe apesar de nós indivíduos não temos conhecimento de sua existência, mas o fato é que a matéria continua lá.

Quero retomar uma história interessante que pode nos remeter uma série de questionamentos ao final da leitura.

MITO DA CAVERNA de Platão

Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um muro alto. Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa. Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, de costas para a entrada, acorrentados sem poder mover a cabeça nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos, mas apenas as sombras dos outros e de si mesmos por que estão no escuro e imobilizados. Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches. Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportam nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.
Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De inicio, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento.
Ao permanecer no exterior o prisioneiro, aos poucos se habitua a luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Doravante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as forças para jamais regressar a ela. No entanto não pode deixar de lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também.
Só que os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazê-lo espancando-o. Se mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os convida a sair da caverna, certamente acabam por matá-lo. Mas quem sabe alguns podem ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidir sair da caverna rumo à realidade?


Pronto, agora quero que pensem e se questionem: O mundo de luz, o “nosso mundo” deixou de existir porque alguns indivíduos não sabiam da sua existência? Obviamente, não! O fato é que cada indivíduo tem sua própria maneira de ver o mundo, tem livre arbítrio para fazer escolhas, optando por viver em um mundo de luz ou um mundo de sombras, como descrito no mito de Platão.

Fica a dica! Mas o que vocês acham?
Será que o mundo existe porque o homem vê ou o homem vê um mundo que existe?




texto retirado o site: Uol

A evolução da ciência psicológica

Por trás de qualquer produção material ou espiritual existe história. No caso da psicologia, a história tem por volta de dois milênios. Esse tempo refere-se à psicologia no Ocidente, que começa entre os gregos no período anterior a era cristã.

Os avanços que vinham acontecendo na Grécia permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do espírito, como a filosofia e a arte. É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar a psicologia. O próprio termo psicologia vem do grego Psyché, que significa alma, e de logos que significa razão. Portanto, etimologicamente psicologia significa “estudo da alma”.
Os filósofos pré-socráticos preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo através da percepção.  É importante ressaltar aqui o grande conflito que existia entre os idealistas e os materialistas. Mas é apartir de Sócrates que a psicologia na antiguidade ganha consistência. Ele postava que a principal característica humana era a razão, nos distinguindo dos animais.

 O segundo passo foi dado por Platão que era discípulo de Sócrates. Esse filósofo definiu que a razão habitava na cabeça do homem e a medula seria uma ponte de ligação entre a alma e o corpo. Ele afirmava que um indivíduo ao morrer, seu corpo desaparecia, mas sua alma iria habitar em outro corpo.   

O próximo filósofo a vincular a história da psicologia é Aristóteles. Ele postulava que a alma e o corpo não podiam ser dissociados. Para ele tudo aquilo que cresce se reproduz e se alimenta possui sua alma. Dessa forma existiam as distinções entre alma vegetativa (vegetais), alma sensitiva (animais) e alma racional (homens). 

Psicologia no Império Romano e na Idade Média

Falar em psicologia nesse período é relacioná-la ao conhecimento religioso, pois foi à era onde se consolidou o cristianismo. É nesse âmbito que se destacam dois filósofos: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
Santo Agostinho inspirava-se em Platão e afirmava que a alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma manifestação divina do homem. A alma era imortal, por ser o elemento que liga o homem e Deus.
São Tomás de Aquino foi buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência. São Tomás afirmava que somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência, em termos de igualdade. Ele pregava por fim, que devia-se seguir a igreja, garantindo para ela o monopólio do estudo do psiquismo.


A psicologia no Renascimento

Nesse período as ciências obtiveram um grande avanço.  Copérnico mostra que nosso planeta não é o centro do universo; Galileu estuda a queda dos corpos; René Descartes postulava a separação entre mente e corpo; e houve grande avanço na Anatomia e na Fisiologia.
Por fim, o que aconteceu foi um súbito avanço no que diz respeito à busca de explicações racionais, valorização do homem e a criação de regras e métodos para construção do conhecimento.

Psicologia Científica e sua origem

No século 19, destaca-se o papel da ciência, e seu avanço torna-se necessário. O crescimento da nova ordem econômica e o capitalismo, trás consigo o processo de industrialização, para o qual a ciência deveria dar respostas e soluções práticas no campo da técnica.

O conhecimento tornou-se independente da fé. Os dogmas da Igreja foram questionados. O mundo se moveu. A racionalidade do homem apareceu. Sentiu-se a necessidade de ciência por conta de algumas idéias dominantes que fermentaram essa construção: o conhecimento como fruto da razão e a possibilidade de desvendar a Natureza e suas leis para observação rigorosa e objetiva.

Nesse período surgem homens como Hegel, demonstrando a importância da história para a compreensão do homem; Darwin com sua tese evolucionista; e Augusto Comte introduzindo o positivismo.
Para conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os mecanismos e o funcionamento da máquina de pensar do homem – seu cérebro. Assim, a Psicologia começa a trilhar os caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia.

Estabeleceu-se uma lei no campo da Psicofísica. A Lei de Fechner- Weber, que estabelece a relação entre estímulo e sensação, permitindo a sua mensuração. Outra contribuição importante foi a Wund, criando na Universidade de Leipzig , na Alemanha, o primeiro laboratório para realizar experimentos na área de Psicofisiologia. Wund desenvolve a concepção de paralelismo psicofísico, onde os fenômenos mentais correspondem a fenômenos orgânicos, criando o método que denomina de introspeccionismo.

O verdadeiro status de ciência é obtido à medida que se “liberta” da Filosofia. Os EUA é o berço das primeiras abordagens em psicologia, que são: Funcionalismo, Estruturalismo e Associacionismo.
O Funcionalismo criado por William James, dizia que a consciência era o centro das preocupações e buscava compreender seu funcionamento, na medida em que o homem a usa para adaptar-se ao meio.
O Estruturalismo criado por Titchner estudava os aspectos estruturais do funcionalismo, ou seja, os estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso central.
O Associacionismo criado por Edward L. Thorndike pregava que o aprendizado acontecia com a associação de idéias, das mais simples as mais complexas.


terça-feira, 19 de abril de 2011

Cada um tem o que merece !!!

Essa é uma das maiores verdades que já ouvi na vida. Só temos o que merecemos mesmo, seja bom ou ruim. A vida não é injusta, o mundo não é injusto, seja lá o que passamos, merecemos isso.

Mas você pode pensar que por muitas vezes viveu coisas muito ruins, que não fez nada para merecer isso.A história do Livre Arbítrio nos coloca um grande poder e consequentemente, responsabilidade nas mãos. Ao mesmo tempo que podemos fazer o que bem entendermos, somos responsáveis por isso. E não fazer nada é uma  opção também.

Tendemos a achar que não temos opção, que a situação que estamos é inevitável, e que devemos aceitar nossa realidade. Mentira! Seja lá qual for sua dificuldade, esta pode ser superada. Pode ser um milhão de vezes mais difícil do que para outras pessoas, mas é possível. Ainda acha que é impossível, e que no seu caso realmente não tem opção? Assista para-olimpíadas, eles tem um bom argumento.

Isto posto, vimos que nossa realidade só depende de nós, e consequentemente, quem decide o que merecemos somos nós mesmos. Se vivemos infelizes em nossos trabalhos, merecemos essa infelicidade por não termos coragem e força de vontade de procurar outro melhor, se sofremos num relacionamento, a mesma coisa. Assim como, quando estamos uma fase em que tudo parece dar certo para nós, devemos ter a consciência de que graças a nossos esforços chegamos a isso, não é sorte, não é facilidade, é fruto de nossa postura e conduta.

Acredito então, que cada vez que eu me der mal, que estiver triste por algum motivo, devo parar pra pensar porque estou fazendo isso comigo mesmo. Porque deixei que decidissem por mim o que eu merecia, me lembro da responsabilidade que tenho pelas minhas decisões e analiso o que ando achando que mereço.

Sou seguro o suficiente para saber que mereço muito, que tenho defeitos claro, mas que pegando pela média, eu mereço muita coisa boa. Portanto, não paro de pensar que minha realidade ainda está longe da que mereço, não aceito viver na fantasia de uma vida ideal, vou atrás dela, porque sei que é nela que devo viver, sem pensar no fim da vida que aceitei.

Não é bobagem correr atrás de seus sonhos, ir à buscar do sucesso, apenas busque o que é seu por direito. Batalhe, tente, se mexa, só não espere que as coisas caiam do céu, pois não haverá surpresa. Afinal, cada um tem o que merece.


Texto extraido do blog: Macho Moderno
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Trouxe esse post parar abrir uma questão polêmica: SERÁ QUE REALMENTE TUDO QUE ACONTECE EM NOSSAS VIDAS É PORQUE DE FATO MERECEMOS ?

Operário em Construção (Vinícius de Moraes)

Quantas coisas são construídas para alicerçar nossas estruturas? As casas, os templos, as escolas, os cinemas... No mundo são apenas objetos inominados que nos abrigam, valorizados conforme as leis de mercado, mas... O homem se perde no anonimato das construções e vive sobre as construções que ajudou a levantar.
O poema “Operário em construção”, de Vinícius de Moraes, inicia com o papel do operário na construção das coisas e o desconhecimento da importância da sua profissão. Narra, em versos, a alienação verificada na multidão que empilha os tijolos com suor e cimento.

“Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.”

De repente, o operário constatou que ele, um humilde operário, era responsável pelos objetos que estavam em sua mesa e, “tomado de uma súbita emoção”, percebe que era ele quem construía tudo o que existia: “casa, cidade, nação!”.  Compreende a força das rudes mãos e a grandeza de ser um operário em construção:

“Foi dentro desta compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário...”

O operário se constituiu em uma nova dimensão. A percepção da própria importância na sociedade que construía, a compreensão do significado do exercício de sua profissão... Tudo disposto em poesia, a consciência adquirida, o conhecimento compartilhado como outros operários e a possibilidade de dizer não:

“O que o operário dizia
Outro operário escutava
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia “sim”
Começou a dizer “não”...”

O poema nos contagia. Sentimos libertar a percepção quando o operário começa a notar as coisas, as diferenças de sua vida com a do patrão, comparando pequenos detalhes. Sua consciência política e social amadurece e ele se faz forte em dizer não, apesar das contrariedades e das delações de alguns companheiros. O patrão, sem dar importância, solicita aos delatores que o convençam do contrário. Começam as agressões: cospem em seu rosto, quebram seu braço e ainda assim o operário diz não.

“Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.”

O patrão, verificando que toda a violência sofrida não convenceria o operário, tenta dobrá-lo com a proposta de poder, tempo de lazer e de mulheres, com a condição de que o mesmo abandone o motivo que lhe faz dizer não.
O operário observa a ampla região em volta da construção e vê o que seu patrão não consegue ver: o operário vê casas e tantos objetos, enquanto seu patrão está limitado a visão do lucro. O operário percebe que em tudo há a marca de sua mão e diz “não” à oferta do patrão: “Não pode me dar o que é meu”.
O homem, com a amplitude da percepção que adquiriu, sente a enorme solidão dos que compreendem além das aparências, a responsabilidade pela vida dos que padeceram e dos que viverão com esperanças. Constrói-se dentro de um novo perfil de homem, engajado no mundo e consciente de sua participação na história.

“E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um pobre e esquecido
Razão que fizera
Em operário construído
O operário em construção.”

O poeta encerra sua grande edificação poética. Vivemos a construção do operário, de sua consciência e da coragem para negar à ordem, quando esta não representa o seu trabalho. O poema inicia com versos cotidianos para encerrar na razão solitária e na perspectiva que constrói um trabalhador e que pode contagiar os demais.
Viajamos nos versos e aportamos, emocionados, em nosso papel no mundo. Somos todos operários em construção que devemos construir o dia-a-dia com tijolos significativos e transformar a realidade num abrigo seguro para os ideais.
Pensamos nas conquistas de nossas construções individuais, as carreiras que exercemos, nossa importância na sociedade, o orgulho de estar no mundo de forma significativa, e verificamos que somos também a edificação coletiva, quando podemos visualizar, do alto da construção, o mundo em desenvolvimento.

“Operário em Construção” não é um poema que acalenta as tardes mansas, mas uma construção de versos que impõe a reflexão do papel que exercemos na sociedade em que vivemos, dos compromissos que assumimos e dos direitos pelos quais devemos lutar.
Vinícius de Moraes marcou sua passagem com um olhar verdadeiro e uma ampla consciência da condição humana e deixou os versos do seu trajeto para os que querem viver mais do que as alienadas aparências possam trilhar em busca de uma vida mais significativa.
Não podemos perder a capacidade de dizer não. Temos sempre de afirmar nossos ideais com a percepção lúcida do operário e não com os olhos dos acovardados pelas circunstâncias ou dos corrompidos pelo poder. A consciência de um trabalhador é algo que jamais pode ser apagada.

Texto retirado do blog: Colcha de Retalhos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

o Homem e o Mundo!


''A relação do homem com o mundo é complexa e multifacetada. Se, por um lado, somos sempre produto da nossa inserção e adaptação a um mundo que já aí estava antes de nós, por outro, à medida que a nossa individualidade e autonomia se vão estruturando, vamo-nos tornando seres cada vez mais ativos, com capacidade de intervir, de participar, de produzir e de criar, convertendo-nos em agentes de transformação do mundo ".

o autor Carlos Fontes faz uma síntese do que seja a relação do homem com o mundo:

1. A relação do Homem com o mundo é marcada por uma enorme complexidade e diversidade de situações existenciais.

2. O homem nasce num mundo que lhe é pré-existente. Este é um fato incontornável que é preciso ter sempre em conta. De certa forma todos somos o produto do meio em que nascemos, da nossa inserção cultural e social. Viver implica antes de mais nada uma adaptação às diferentes situações que nos deparamos ao longo da vida, o que é feito através de processos de socialização e aprendizagem.

3. No entanto há medida que a individualidade de cada um se desenvolve, tornamo-nos cada vez mais autónomos nas nossas decisões, começamos a definir a nossa própria maneira de ver, interpretar e reagir às diferentes situações.  

4. A nossa própria existência será definida não apenas pelas experiências que passamos, mas também, e sobretudo, pelo modo como as vivemos.

Terminando esse post, gostaria de saber a opinião de vocês em uma pergunta feita em sala de aula:

O Homem vê o mundo que existe ou o mundo existe porque o homem o vê ?