Por trás de qualquer produção material ou espiritual existe história. No caso da psicologia, a história tem por volta de dois milênios. Esse tempo refere-se à psicologia no Ocidente, que começa entre os gregos no período anterior a era cristã.
Os avanços que vinham acontecendo na Grécia permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do espírito, como a filosofia e a arte. É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar a psicologia. O próprio termo psicologia vem do grego Psyché, que significa alma, e de logos que significa razão. Portanto, etimologicamente psicologia significa “estudo da alma”.
Os filósofos pré-socráticos preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo através da percepção. É importante ressaltar aqui o grande conflito que existia entre os idealistas e os materialistas. Mas é apartir de Sócrates que a psicologia na antiguidade ganha consistência. Ele postava que a principal característica humana era a razão, nos distinguindo dos animais.
O segundo passo foi dado por Platão que era discípulo de Sócrates. Esse filósofo definiu que a razão habitava na cabeça do homem e a medula seria uma ponte de ligação entre a alma e o corpo. Ele afirmava que um indivíduo ao morrer, seu corpo desaparecia, mas sua alma iria habitar em outro corpo.
Psicologia no Império Romano e na Idade Média
Falar em psicologia nesse período é relacioná-la ao conhecimento religioso, pois foi à era onde se consolidou o cristianismo. É nesse âmbito que se destacam dois filósofos: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
Santo Agostinho inspirava-se em Platão e afirmava que a alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma manifestação divina do homem. A alma era imortal, por ser o elemento que liga o homem e Deus.
São Tomás de Aquino foi buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência. São Tomás afirmava que somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência, em termos de igualdade. Ele pregava por fim, que devia-se seguir a igreja, garantindo para ela o monopólio do estudo do psiquismo.
A psicologia no Renascimento
Nesse período as ciências obtiveram um grande avanço. Copérnico mostra que nosso planeta não é o centro do universo; Galileu estuda a queda dos corpos; René Descartes postulava a separação entre mente e corpo; e houve grande avanço na Anatomia e na Fisiologia.
Por fim, o que aconteceu foi um súbito avanço no que diz respeito à busca de explicações racionais, valorização do homem e a criação de regras e métodos para construção do conhecimento.
Psicologia Científica e sua origem
No século 19, destaca-se o papel da ciência, e seu avanço torna-se necessário. O crescimento da nova ordem econômica e o capitalismo, trás consigo o processo de industrialização, para o qual a ciência deveria dar respostas e soluções práticas no campo da técnica.
O conhecimento tornou-se independente da fé. Os dogmas da Igreja foram questionados. O mundo se moveu. A racionalidade do homem apareceu. Sentiu-se a necessidade de ciência por conta de algumas idéias dominantes que fermentaram essa construção: o conhecimento como fruto da razão e a possibilidade de desvendar a Natureza e suas leis para observação rigorosa e objetiva.
Nesse período surgem homens como Hegel, demonstrando a importância da história para a compreensão do homem; Darwin com sua tese evolucionista; e Augusto Comte introduzindo o positivismo.
Para conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os mecanismos e o funcionamento da máquina de pensar do homem – seu cérebro. Assim, a Psicologia começa a trilhar os caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia.
Estabeleceu-se uma lei no campo da Psicofísica. A Lei de Fechner- Weber, que estabelece a relação entre estímulo e sensação, permitindo a sua mensuração. Outra contribuição importante foi a Wund, criando na Universidade de Leipzig , na Alemanha, o primeiro laboratório para realizar experimentos na área de Psicofisiologia. Wund desenvolve a concepção de paralelismo psicofísico, onde os fenômenos mentais correspondem a fenômenos orgânicos, criando o método que denomina de introspeccionismo.
O verdadeiro status de ciência é obtido à medida que se “liberta” da Filosofia. Os EUA é o berço das primeiras abordagens em psicologia, que são: Funcionalismo, Estruturalismo e Associacionismo.
O Funcionalismo criado por William James, dizia que a consciência era o centro das preocupações e buscava compreender seu funcionamento, na medida em que o homem a usa para adaptar-se ao meio.
O Estruturalismo criado por Titchner estudava os aspectos estruturais do funcionalismo, ou seja, os estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso central.
O Associacionismo criado por Edward L. Thorndike pregava que o aprendizado acontecia com a associação de idéias, das mais simples as mais complexas.
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