quinta-feira, 9 de junho de 2011

Personalidade na vida organizacional



A maneira como muitas organizações são administradas contemporaneamente é no mínimo autoritária, insatisfeita com as diferenças dos indivíduos e com muitos resquícios de um período escravagista, onde fazer o trabalho era muito mais importante do que dizer o que se pensava, mesmo que fosse para propor uma forma de se aperfeiçoar o modo como trabalho era feito.

Em um mundo que permite maior acesso a informação, valorização da liberdade e das condições individuais, a demagogia na gestão de pessoas parece imperar.
É nítido que indivíduos diferentes, precisam de estímulos diferentes e encaram o processo formal de trabalho de maneira diferente, mas ainda hoje, “ações por atacado” imperam nas organizações, como as ditas “ações de comunicação”, que para muitos empregados, são vistas como manipuladoras e incentivadoras do raciocínio limitado.

As diferenças comportamentais, advindas das diferentes personalidades, (interna e externa) parecem ser um dos grandes problemas para a falta de entusiasmo dos profissionais no trabalho. Bingo! Igualar a todos parece ter sido o grande pensamento inteligente do empresariado, nivelando por baixo as pessoas no ambiente corporativo.

Quero dizer com o nivelar por baixo, que me parece no mínimo incoerente com a realidade, dizer para um profissional da linha de produção que seu trabalho é de extrema importância quando aperta um parafuso em uma peça complementar de um produto manufaturado, que não serve para praticamente nada. Ou ainda, que um auxiliar de vendas no varejo de roupas e acessórios sinta-se feliz por oferecer seguro de vida para seus clientes, quando estes, extasiados por um clima de compras agradáveis, são agredidos com a frase: “O senhor já pensou em fazer um seguro de vida? Nada se sabe sobre o dia de amanhã, não é mesmo?”

A maior parte dos seres humanos apresenta em sua personalidade, desde muito jovem, uma insaciável insatisfação e desejo de prosperar. A necessidade produtiva das organizações, em contrapartida, apresenta uma evidente necessidade de especializar seus profissionais em atividades limitadas, para que se desenvolvam e gerem melhores resultados, principalmente nos níveis mais baixos da hierarquia das empresas, onde as atividades tendem a ser mais repetitivas e operacionais.

Tendo em vista as características de personalidade dos indivíduos nas organizações e as necessidades corporativas, talvez, uma revisão na forma de pensar e estruturar as empresas seja necessária, até mesmo para que o fator de manutenção dos empregados e de sua satisfação, não seja meramente a recompensa material, haja vista que esta é muito mais artificial do que as relações, necessidades e desejos verdadeiramente humanos.

Fonte: Blog Leme Consultoria

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